03/05/2025
Veja o que causou a “morte encefálica” da atriz Millena Brandão, aos 11 anos
SÃO PAULO, SP - Morreu nesta sexta-feira, 2, em São Paulo, a
atriz mirim Millena Brandão, do canal SBT, aos 11 anos. A artista teve morte
encefálica, de acordo com o hospital onde ela estava internada. A informação é
do jornal Correio Braziliense. Também conhecida como morte cerebral, a morte encefálica é a
perda completa e irreversível das funções cerebrais. Como o cérebro controla
outros órgãos, quando é constatada sua morte, outras funções vitais também
serão perdidas e o óbito da pessoa é declarado. Millena havia sofrido diversas paradas cardiorrespiratórias
nos últimos dias, recebido diagnóstico de tumor cerebral e estava internada no
Hospital Geral de Grajaú, na capital, desde o dia 29. O que configura morte encefálica? Para funcionarem, os neurônios precisam de oxigênio e
glicose, que chegam ao cérebro pela circulação sanguínea. Quando algum problema
impede o fluxo sanguíneo, essas células podem morrer e as funções cerebrais são
prejudicadas. Se a perda das funções é completa e irreversível, é declarada a
morte cerebral. Apesar de alguns órgãos poderem continuar funcionando, o
cérebro já não consegue controlá-los. Assim, embora ainda haja batimentos
cardíacos, por exemplo, eles tendem a parar. A respiração também não acontecerá
sem a ajuda de aparelhos. O que pode causar a morte encefálica? Qualquer problema que cesse a função cerebral antes de
encerrar o funcionamento de outras partes do organismo causa a morte
encefálica. Entre as causas mais comuns estão: - Parada cardiorrespiratória; - Acidente vascular cerebral (AVC); - Doença infecciosa que afete o sistema nervoso central; - Tumor cerebral; - Traumas. Quando a morte encefálica é declarada? No Brasil, a resolução nº 2.173/17 do Conselho Federal de
Medicina (CFM) estabelece critérios rigorosos para a declaração de morte
encefálica. De acordo com especialistas, o protocolo brasileiro é um dos mais
criteriosos do mundo. O CFM determina a realização de uma série de exames para
comprovar a perda do reflexo tronco encefálico, aquele responsável por
controlar funções autônomas do organismo, como a respiração. Essa análise deve ser feita por dois médicos que examinam o
paciente em horários diferentes, e os resultados precisam ainda ser
complementados por um exame - um eletroencefalograma ou uma tomografia, por
exemplo. Morte encefálica e doação de órgãos A "Lei dos Transplantes" (Lei nº 9.434/1997)
estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando
constatada a morte encefálica. Quando isso acontece, as funções vitais do paciente são
mantidas de maneira artificial até que a remoção dos órgãos seja feita.
Correio Braziliense, com foto: Reprodução/Redes Sociais
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