28/05/2025
Neta tira mais de R$ 180 mil do avô e tenta colocar a culpa no presidente Lula
CURITIBA, PR - Uma mulher de 35 anos foi indiciada pela
Polícia Civil do Paraná (PCPR) por desviar aproximadamente R$ 181 mil do
próprio avô, de 87 anos, em Ponta Grossa. Os crimes, que ocorreram de forma
continuada desde 2021, envolvem o uso de identidade falsa, abertura de contas
bancárias não autorizadas e até justificativas absurdas, como culpar o
presidente da República pelo sumiço de dinheiro. Segundo o delegado Gabriel Munhoz, responsável pelo caso, a
neta se aproveitou da confiança da família para assumir a gestão financeira do
idoso. A partir disso, passou a entregar apenas parte da aposentadoria mensal a
ele, justificando que o restante estaria "guardado" ou
"bloqueado". Em ocasiões, chegou a alegar que o décimo terceiro não
havia sido pago porque "o Lula tinha cortado". O esquema incluiu ainda o desvio de cerca de R$ 72 mil da
aposentadoria do idoso e mais R$ 109 mil provenientes de um precatório
judicial. Assim que o valor do precatório, no total de R$ 123,8 mil, foi
depositado, a mulher transferiu R$ 30 mil para a própria conta e sacou o
restante de forma fracionada. Apenas R$ 14 mil foram repassados ao avô. Para legitimar os saques e a movimentação financeira, a
investigada chegou a criar uma personagem fictícia chamada "Jéssica",
que se passava por funcionária da Caixa Econômica Federal. Através dessa falsa
identidade, entrava em contato com o idoso para justificar bloqueios e
orientá-lo a realizar transações. As fraudes só vieram à tona após o filho da vítima
desconfiar da ausência de pagamentos como o IPVA do carro do idoso, que estava
em atraso há três anos. Ao confrontar a filha, descobriu que ela havia tomado
empréstimos em nome do avô, além de abrir contas bancárias sem o conhecimento
dele. Apesar do robusto conjunto de provas reunido no inquérito -
incluindo extratos bancários e depoimentos - a mulher negou todas as acusações
durante o interrogatório. Ela foi indiciada por estelionato majorado por ter
sido praticado contra idoso e de forma continuada. O crime, segundo o Código
Penal, pode resultar em até 10 anos de prisão. A suspeita responderá ao
processo em liberdade. A defesa da investigada, representada pelo advogado Fernando
Madureira, alega que os valores envolvidos são inferiores aos apontados pela
polícia e que a acusada apenas recebia ajuda do avô, com o consentimento dele.
Ainda assim, afirmou que pretende ressarcir os valores que foram
"emprestados". O inquérito já foi encaminhado ao Ministério Público, que
agora analisa as medidas judiciais cabíveis. O nome da mulher não foi
divulgado.
EM, com foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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