15/01/2021
Após 20 dias internada, parte deles em coma, sobrevivente de acidente que matou amiga de 19 anos diz que não se lembra da batida
Ainda sem poder andar por causa das fraturas que sofreu em
um grave acidente de moto no dia 25 de outubro do ano passado, a moradora de
Jaú (SP) Ketlin Federico, de 19 anos, diz que não se lembra do momento em que
ela e a amiga, Letícia Costa, foram atingidas pelo carro que invadiu a pista
onde elas estavam. Letícia, que também tinha 19 anos, morreu no local do
acidente. Ketlin ficou mais de 20 dias internada, parte deles em coma
induzido. Quando acordou soube da morte da amiga de infância, o que para ela
ainda está sendo difícil de assimilar mesmo quase 3 meses após o acidente. “A ficha não caiu. Para mim parece que não é verdade, que
ela não morreu. Está tudo muito vago na minha cabeça, não lembro de nada do
acidente e nem do período que fiquei no hospital.” O acidente aconteceu na Avenida Totó Pacheco na madrugada do
dia 25 de outubro, um domingo. Ketlin e Letícia seguiam pela via, que é de mão
dupla, quando foram atingidas de frente pelo carro conduzido por João Otavio
Denadai, de 28 anos, que invadiu a pista na contramão. Após a colisão Ketlin foi arremessada da moto e caiu no
chão. Ela sofreu fraturas na região pélvica e precisou passar por cirurgia para
colocação de um fixador. “Eu sinto muita dor, por isso passo a maior parte do tempo
deitada, ainda num dá nem para sentar direito. Os médicos disseram que é um
tratamento que pode durar um ano.” Depois do acidente, o motorista saiu do local sem prestar
socorro. Ele prestou depoimento cinco dias após o acidente e foi indiciado por
homicídio culposo e lesão corporal culposa, crimes pelos os quais é investigado
em liberdade. O inquérito deve ser concluído no começo de fevereiro. De acordo com a polícia, a investigação vai unir os laudos
do corpo de delito e da perícia no local, o depoimento das testemunhas e a
análise das imagens das câmeras de segurança, que indicam que o motorista
perdeu o controle do veículo e atingiu a motocicleta das jovens. A pena prevista para o crime de homicídio culposo na direção
do veículo automotor é de 2 a 4 anos de prisão. Quase irmãs Ketlin contou que ela e Letícia eram amigas desde que tinham
11 anos. As duas nasceram no mesmo dia, no dia 5 de março de 2001. “Nós éramos como irmãs, nascemos no mesmo dia e vivíamos
grudadas. Os pais delas são como pais para mim. Está sendo muito difícil, mas
eu acredito que vou conseguir melhorar e superar tudo isso.” No dia do acidente, as duas estavam em uma festa. O acidente
aconteceu quando elas voltavam para casa, mas a jovem diz que se lembra muito
pouco do que aconteceu antes do acidente.
“Não lembro nem a roupa que estava usando. Eu cheguei a ver
o vídeo do acidente, mas não consigo nem lembrar, parece que num foi algo que
aconteceu com a gente.” G1
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