25/04/2021
Morre menina de 6 anos torturada pela mãe e pela namorada da mãe durante três dias
PORTO REAL, RJ - Morreu na madrugada deste sábado, 24, a
menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de apenas 6 anos, que foi torturada
durante pelo menos três dias pela mãe e pela madrasta na cidade de Porto Real,
no sul fluminense. Ela estava internada desde o início da semana em um hospital
privado na cidade de Resende. A criança estava “em coma, com ausência de reflexos e
múltiplas lesões corporais agudas e crônicas”, segundo o hospital. A mãe da menina, Gilmara Oliveira de Farias, de 27 anos, e a
companheira dela, Brena Luane Barbosa Nunes, de 25 anos, estão presas, acusadas
pelo crime. Segundo a polícia, as duas confessaram as agressões na 100ª
Delegacia de Polícia (Porto Real), que investiga o caso. Na última quinta, em audiência de custódia, o juiz Marco
Aurélio Adania decretou a prisão preventiva, por entender que as investigações
apontaram contínuas agressões à criança pela mãe e pela madrasta. “A vítima, uma criança de apenas seis anos de idade, teria
sido espancada pela mãe e pela companheira, ora custodiadas, com socos e chutes
por diversas vezes, além de ser arremessada contra a parede e contra um
barranco de sete metros de altura e de ser chicoteada com um cabo de TV”, diz a
sentença. Ainda segundo a decisão, a criança vinha sendo privada de comida. O pai, cujo nome não foi divulgado, foi a Resende para a
liberar o corpo. O enterro será hoje no Cemitério de Japeri. As despesas do
hospital e do sepultamento estão sendo pagas pela prefeitura de Porto Real No mês passado, o menino Henry Borel, de apenas 4 anos,
também morreu vítima de maus-tratos. O caso aconteceu no Rio. O padastro do
menino, o médico e vereador Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairinho, e a mãe
de Henry, Monique Medeiros, estão presos temporariamente acusados pelo crime. A
defesa de ambos negam as acusações.
Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria
(SBP), ao menos 2.083 crianças até quatro anos foram mortas por agressão no
Brasil, de janeiro de 2010 a agosto do ano passado. Para cada caso de óbito
registrado dessa forma, especialistas estimam haver outros 20 subnotificados.
Outra preocupação é que esse cenário de violência se agrave na pandemia, com as
políticas de isolamento social e o longo período de escolas fechadas. Estadão
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