17/07/2025
Médica apagou vídeo do momento em que amante foi esfaqueado e morto a mando marido, diz polícia
CUIABÁ, MT - A médica Sabrina Iara de Mello, investigada por
envolvimento no assassinato do amante Ivan Michel Bonotto, de 35 anos, entrou
no centro cirúrgico quando a vítima era socorrida e apagou um vídeo do momento
em que Ivan é esfaqueado a mando do marido dela, segundo a Polícia Civil. Nesta terça-feira (15), Gabriel Tacca, marido da médica, e
Danilo Guimarães, apontado como executor do crime, foram presos. Já Sabrina é investigada
por fraude processual devido à invasão do celular da vítima para apagar provas,
como o vídeo, e dificultar a investigação. Ivan foi atacado no bar em que Gabriel era dono, e morreu
horas após dar entrada em um hospital particular da cidade e sofrer uma parada
cardiorrespiratória, no dia 13 de abril. A defesa de Sabrina informou ao g1 que não vai se manifestar
sobre o caso até ter conhecimento de todos os detalhes da ocorrência. A investigação aponta que o crime foi planejado após o
marido da médica descobrir que ela tinha um caso com Ivan, que era amigo dele. Segundo o delegado Bruno França, após o ataque, Ivan chegou
a ser socorrido e levado até um hospital em Sorriso, a 420 km de Cuiabá. Neste
momento, Sabrina se aproveitou da condição profissional para acessar o local em
que o suposto amante estava internado para apagar a prova do crime. “Ela, como médica, usou da condição profissional para
adentrar o centro cirúrgico no momento em que a vítima foi socorrida, para
pegar o celular e destruir todas as provas. O celular da vítima foi
praticamente resetado. Ela inclusive já assumiu que realmente já apagou todas
as provas do celular da vítima, apesar de negar envolvimento no homicídio”,
explicou o delegado. As investigações apontaram que, quatro minutos após a
entrada de Ivan no hospital, a médica compareceu à unidade de saúde alegando
ser apenas amiga do paciente. Segundo a polícia, a intenção desde o início era
acessar o celular da vítima e apagar provas do crime, além de mensagens e fotos
que revelavam que os dois tinham um relacionamento. O celular só foi entregue à família três dias depois, já com
os arquivos apagados. Ela alegou à polícia que apagou os dados para “proteger a
vítima”. Sabrina é investigada por fraude processual. Investigações Inicialmente, o crime foi tratado como "situação
decorrente de uma briga em um bar”. No entanto, com o avanço das investigações,
os policiais descobriram que os envolvidos no caso se desentenderam por causa de
relacionamentos amorosos. Na época, Gabriel alegou à polícia que não conhecia a vítima
e que o homicídio ocorreu após uma briga relacionada ao consumo de bebidas
alcoólicas no bar. O autor das facadas também apresentou uma versão semelhante:
se envolveu na confusão durante uma briga e agiu em legítima defesa. No decorrer das investigações, a Polícia Civil constatou que
as versões dos dois envolvidos eram falsas. A apuração revelou que a vítima era
amigo íntimo do dono da distribuidora onde ocorreu o crime e mantinha um
relacionamento amoroso com a esposa dele, a médica Sabrina. Segundo a polícia, ao descobrir o caso extraconjugal, o
empresário contratou Danilo para matar a vítima, simulando uma briga na
distribuidora. Porém, imagens de câmeras de segurança mostraram que a vítima
foi atraída ao local e atacada de surpresa, pelas costas.
g1, com fotos: Reprodução/Redes Sociais
|