12/08/2025
Haddad: reunião com secretário de Tesouro dos EUA sobre tarifaço foi cancelada por ação de Eduardo Bolsonaro
BRASÍLIA, DF - Prevista para esta quarta-feira (13), a
reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário de Tesouro
dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelada. A informação é do ministro
Fernando Haddad, que atribuiu o cancelamento a uma articulação da
extrema-direita estadunidense. “A militância antidiplomática dessas forças de extrema
direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala, agiu
junto a alguns assessores, e a reunião virtual que seria na quarta-feira foi
desmarcada”, declarou o ministro em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira
(11). Na semana retrasada, Haddad tinha dito que Bessent o tinha
procurado para discutir o tarifaço do governo Donald Trump sobre os produtos
brasileiros. O encontro primeiramente ocorreria por meio de videoconferência e
depois seria estendido para uma conversa presencial. “A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco
ontem [quarta-feira, 30] e, finalmente, vai agendar uma segunda conversa. A
primeira, como eu havia adiantado, foi em maio, na Califórnia. Haverá agora uma
rodada de negociações e vamos levar às autoridades americanas nosso ponto de
vista”, disse Haddad no último dia 31. Haddad disse ter sido informado do cancelamento por e-mail,
“um ou dois dias depois” de o próprio secretário de Tesouro dos EUA ter
informado a reunião à imprensa. O ministro considera a motivação do
cancelamento política, não econômica. “Agiram junto a alguns assessores do presidente Trump, e a
reunião com ele, que seria virtual na quarta-feira, foi desmarcada e não foi
remarcada até agora”, comentou Haddad. “Argumentaram falta de agenda. Uma
situação bem inusitada. O que fica claro para nós é que a questão comercial não
está em foco", afirmou. O ministro da Fazenda lembrou que o Brasil está tendo
tratamento diferenciado em relação a outros países e blocos econômicos que
conseguiram negociar com o governo de Donald Trump, como a União Europeia, o
Japão e a Coreia do Sul.
Wellton Máximo/Juliana Andrade, com foto: Lula Marques/Agência Brasil
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