02/09/2025
Lula diz que Bolsonaro e demais réus tem direito à presunção de inocência e podem se defender
BRASÍLIA, DF - O presidente da República Luiz Inácio Lula da
Silva comentou nesta terça-feira (02) o julgamento no Supremo Tribunal Federal
(STF) do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus. Lula falou com
jornalistas após comparecer ao velório do jornalista Mino Carta, em São Paulo. Bolsonaro é acusado pelo procurador-geral da República,
Paulo Gonet, de liderar uma tentativa de golpe de Estado para se manter no
poder após derrota eleitoral em 2022. "O que está acontecendo é que os fatos estão vindo à
tona e as pessoas estão começando a perceber que período nefasto da história
brasileira nós vivemos", ressaltou o presidente Lula. "E obviamente que o Mino Carta, se tivesse hoje,
sentado na frente da sua máquina, não do computador, da sua máquina, ou na
caneta, estaria escrevendo quem sabe a mais bela história do que aconteceu nos
últimos anos no Brasil." Perguntando sobre as expectativas em relação ao julgamento
do STF, Lula disse esperar que "seja feita a justiça", com base nos
autos e no respeito à presunção de inocência. "Ninguém está julgando ninguém pessoalmente, ou seja,
tem um processo, tem os autos, tem delações, tem provas e que a pessoa que está
sendo acusada tem o direito a presunção da inocência, ele pode se defender como
eu não pude me defender. E eu não reclamei. Eu não fiquei chorando, eu fui à
luta. Se é inocente, prove que é inocente." O presidente também comentou as tentativas de interferência
do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. "Olha, eu acho que não tem porque ficar temendo a
acusação americana. O que está acontecendo com os Estados Unidos é que ele
exacerbou, sabe, qualquer coisa que a gente tinha conhecimento na história da
humanidade de um governo se meter a julgar o comportamento da justiça de outro
país. É um negócio inacreditável." Lula voltou a afirmar que Trump não foi eleito para ser
imperador do mundo, mas destacou que se houver disposição para negociar,
"o Lulinha Paz e Amor está de volta". "Eu não tenho nenhum interesse de brigar com os Estados
Unidos da América do Norte, nenhum interesse. Eu tenho interesse de fazer com
que essa amizade de 201 anos possa conviver democraticamente mais 201
anos."
Bruno Bocchini/Juliana Cézar Nunes, com foto: Lula Marques/Agência Brasil
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