12/09/2025

Preso enfermeiro que dopava pacientes em dois hospitais onde trabalhava para roubar joias



BRASÍLIA, DF - Após três meses de investigação da 15° DP (Ceilândia Centro), um enfermeiro, de 44 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira (12/9), acusado de dopar pacientes para roubar joias. Os crimes aconteciam no Hospital Regional da Ceilândia (HRC) e no Hospital Regional de Taguatinga (HRT). 

Segundo informações da PCDF, as investigações começaram após um paciente denunciar o enfermeiro nas redes sociais. Assim que o caso ganhou visibilidade, outras oito pessoas procuram a delegacia para denunciar o suspeito. 

O homem foi preso em casa, na Quadra QNF 11, em Taguatinga. No local, a polícia encontrou materiais diretamente ligados às denúncias, como joias — semelhantes às descritas pelas vítimas — e 102 medicamentos de uso restrito, a maioria amostras grátis, entre eles sedativos, o que reforça as denúncias contra o enfermeiro. 

Perguntado sobre esses itens, o enfermeiro disse que conseguiu as amostras grátis em Unidades Básicas de Saúde (UBS), informação que é questionada pelo delegado da 15° DP, João Ataliba Neto. “Mesmo sendo amostra grátis, por ser remédio controlado, ele precisaria de receita. O que, até o momento, não foi apresentado”, afirmou. 

Com base nos relatos de vítimas, as investigações apontam que o homem se aproximava dos pacientes para administrar a medicação e aplicava os sedativos. Assim que as vítimas dormiam, ele subtraía itens de valor como anéis, correntes e braceletes. Além do prejuízo material, segundo a polícia, o suspeito colocava a vida dos pacientes em risco. Um deles, inclusive, tentou dirigir para casa após o crime e bateu o carro. 

Provas 

Entre as provas reunidas, estão reconhecimentos fotográficos, depoimentos de colegas de trabalho e análise de prontuários médicos, onde foram encontradas inconsistências entre os medicamentos receitados pelos médicos e os que eram aplicados pelo enfermeiro. Em um dos depoimentos, a supervisora de enfermagem, que teve a identidade preservada, afirmou que alguns sedativos desapareciam durante os plantões do suspeito. 

O homem foi indiciado por roubo em continuidade delitiva, com pena prevista de quatro a 10 anos de reclusão e multa para cada crime cometido. Ele foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da Justiça. O enfermeiro era servidor da Secretaria de Saúde (SES/DF). Em nota, a pasta afirmou que ele foi afastado da função nos hospitais onde ocorreram os crimes e que está “colaborando integralmente com as investigações”. 

João Ataliba acredita que, com a divulgação do caso, outras vítimas devem aparecer. "É importante que elas compareçam à 15ª DP, ou à delegacia mais próxima, para registrar a ocorrência", disse. 

Correio Braziliense, com foto: Material cedido ao Correio

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