11/11/2025

Homem agride a ex-namorada de 17 anos, divulga vídeos íntimos dela e acaba preso



BELO HORIZONTE, MG - Um homem de 24 anos, que já teria integrado uma facção criminosa, inconformado com um término de relacionamento, foi preso na manhã desta terça-feira (11/11) pela Polícia Civil no bairro Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte (MG), depois de agredir, ameaçar e divulgar vídeos de conteúdo sexual da ex-namorada, de 17 anos, com quem tem um filho de 2 anos. 

Foram duas semanas de terror para a jovem. De acordo com a delegada Marina Prado, da Delegacia Especializada de Proteção da Criança e do Adolescente (Depca), os dois terminaram o relacionamento de pelo menos dois anos em 27 de outubro deste ano e, desde então, a vítima vinha sendo agredida fisicamente e teve conteúdos íntimos compartilhados em uma rede social. 

As investigações começaram depois que a vítima pediu ajuda a uma pessoa de confiança, que inclusive presenciou parte das agressões, e as duas compareceram na unidade policial para fazer o registro da ocorrência. Segundo a delegada responsável pelo caso, assim que os dois finalizaram o relacionamento, o homem ficou agressivo. Em um primeiro momento, agiu em um episódio de agressão coletiva contra a adolescente, que contou com a ação de dois amigos do suspeito. 

Segundo a representante legal da vítima, o investigado também destruiu pertences dela e pôs fogo. O homem admitiu isso e, não satisfeito com a primeira agressão, convenceu que a jovem comparecesse ao endereço onde moravam juntos. Em uma discussão acalorada, tentou desferir uma tesourada na nuca dela. 

A adolescente conseguiu se defender e outras pessoas precisaram intervir para que os golpes não continuassem. Para além disso, depois desse momento, o homem enviou mensagens à vítima que dizia que “só iria sossegar quando ela sofresse o mesmo tanto que ele sofreu” e quando ela ficasse careca. 

Ele não desistiu 

Após os dois episódios de agressão, o investigado teria enviado diversas mensagens de ameaça para a adolescente, afirmando que queria raspar o cabelo dela e “fazê-la sofrer o que ele sofreu”, afirmando que “só sossegaria” quando conseguisse completar o plano. 

Para a delegada, o ato de querer deixar a vítima careca simboliza uma tentativa de demonstrar poder. “O ato do indivíduo ameaçar deixar a vítima careca é simbólico porque não se resume a agressão física, mas ele quer diminuí-la, enfeiá-la, trazer um prejuízo que vai ser tão marcante quanto ele se sentiu sofrer com o término”, afirmou Prado. 

“Eu o questionei quanto ao uso da tesoura e ele disse que estava descontrolado e queria fazer com que ela sofresse. Essas atitudes não estavam próximas de acabar. Ele não desistiu e nós conseguimos salvá-la de um terceiro ato de violência”, concluiu a delegada. 

O homem também criou um perfil falso em uma rede social, no qual fingia ser a adolescente e divulgava vídeos de conteúdo sexual dela. 

A testemunha, que estava presente no segundo episódio de violência, relatou o que viu e, a partir disso, foi instaurado um processo investigativo e foi apresentado um mandado de busca e apreensão contra o indivíduo. 

Prisão 

De acordo com a delegada Larissa Macofia, o homem é de alta periculosidade, com um prontuário criminal que supera 10 páginas, com crimes contra o patrimônio, tráfico de drogas e porte de arma de fogo de uso restrito. Segundo Marina Prado, ele já havia cumprido uma pena por tráfico de drogas e estava solto porque não haviam ocorrências recentes. 

De acordo com ela, o cumprimento de prisão preventiva ocorreu de forma delicada, juntamente com a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), uma vez que havia indícios de que ele compunha uma facção criminosa. No ato da prisão, ele confirmou ser faccionado. “Ele disse que neste momento está afastado do grupo criminoso, mas que integrou, sem determinar a questão do tempo”, disse a delegada. 

Ainda segundo ela, uma testemunha próxima ao núcleo familiar possui conhecimento de outros indivíduos que compunham a organização, inclusive afirmou que um dos homens que ajudaram na agressão coletiva inicial faz parte deste mesmo grupo. O nome da facção não foi divulgado. 

Foi apreendido o telefone do homem, no qual o investigado apresentou os locais onde estavam armazenados os arquivos de conteúdo íntimo envolvendo a menor. O homem está preso preventivamente e ele e os comparsas, que também são investigados e já foram identificados, devem responder pelos crimes de divulgação de conteúdo íntimo envolvendo adolescente, lesão corporal qualificada, ameaça qualificada em contexto de violência doméstica e tentativa de lesão corporal. 

O inquérito está em aberto e as investigações continuam. A polícia encaminhou um pedido de medida protetiva para a vítima à Justiça e oferece apoio psicológico à adolescente. 

EM, com foto: Divulgação/Polícia Militar

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