10/04/2025
Operação prende seis suspeitos de manipular jogos de futebol, dentre eles um ex-árbitro da Paraíba
GOIÂNIA, GO - Uma operação da Polícia Civil de Goiás,
chamada de Jogada Marcada, prendeu, nesta quarta-feira (9) seis pessoas
suspeitas de fazerem parte de uma organização criminosa especializada na
manipulação de resultados em partidas de futebol. Um investigado está foragido.
Segundo a polícia, um dos investigados movimentou, no período, mais de R$ 11
milhões. Entre os presos, estão um árbitro de futebol da Paraíba, um
ex-presidente de clube do Ceará, dois aliciadores e dois ex-jogadores. Os
mandados foram cumpridos no Espírito Santo, Maranhão, Paraíba, Ceará e
Pernambuco. Os nomes não foram divulgados pela Polícia Civil, que
acrescentou que, entre os ex-atletas, um ainda estava em atividade e o outro,
aposentado, quando a investigação começou em 2022. Investigação Segundo o delegado Eduardo Gomes, titular do Grupo
Antirroubo a Banco (GAB), a denúncia foi formalizada pelo presidente de um
clube participante do Campeonato Goiano, que teria sido alvo de investidas por
parte de um intermediário vinculado à organização criminosa. A investigação identificou a estrutura hierárquica do grupo,
composta por três níveis principais: - financiadores, responsáveis pelo aporte financeiro
necessário à execução das fraudes; - intermediários, incumbidos de estabelecer contato e
apresentar propostas ilícitas aos profissionais do futebol; - e executores, que incluem jogadores, treinadores e
dirigentes de clubes. Derrotas em sequência Ainda não foram identificados jogos em Goiás com atividades
suspeitas, mas a polícia deve avaliar partidas no estado. “A gente já conseguiu identificar toda uma fase de um
torneio cearense, onde o time daquela região teria, naquele período, perdido todos
os jogos, inclusive o time no qual o ex-presidente foi preso”, informou o
delegado. Na época desse torneio, em 2022, segundo o delegado, o time
acabou sendo excluído do campeonato cearense, de forma administrativa. Agora, a
investigação conseguiu comprovar que o presidente chegou a receber pelo menos
R$ 200 mil, em parcelas antes e depois do jogo.
Luiz Cláudio Ferreira/Fernando Fraga – Agência Brasil, com fotos: Divulgação/Polícia Civil
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