15/05/2025
STF condena Carla Zambelli a 10 anos de prisão e perda do mandato de deputada federal
BRASÍLIA, DF - Por unanimidade, a Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) condenou nesta quarta-feira (14) a deputada Carla
Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023. Cabe recurso contra a
decisão. A condenação pelos crimes de invasão a dispositivo
informático e falsidade ideológica foi obtida com os votos do relator do caso,
Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e
Cármen Lúcia. O julgamento virtual começou na sexta-feira (9) e foi finalizado
hoje. Com a decisão, Zambelli também foi condenada à perda do
mandato após o fim de todos os recursos possíveis e o pagamento de R$ 2 milhões
em danos morais coletivos, valor que deverá ser dividido com hacker Walter
Delgatti, que é réu confesso e que foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão
neste mesmo processo. Conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR),
Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso
de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por
Delgatti, que confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar. Defesa Em nota à imprensa após o início do julgamento, a defesa de
Carla Zambelli contestou a realização de um julgamento virtual para condenar a
deputada. Os advogados também consideraram "absolutamente injusto"
que a parlamentar seja condenada "sem provas irrefutáveis". Eleições Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em
agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma
arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno
das eleições de 2022. A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações
durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo. Até o momento, o Supremo registrou placar de 6 votos a 0
para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto.
No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do
julgamento.
André Richter/Carolina Pimentel – Agência Brasil, com foto: Lula Marques/EBC
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