19/05/2025

Ex-ministro pede pix para cobrir as despesas de Bolsonaro: “nossa índole é pedir”



BRASÍLIA, DF - O ex-ministro do Turismo (2020–2022) Gilson Machado (PL) usou as redes sociais na última sexta-feira (16/5) para divulgar uma campanha de arrecadação de novas doações para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na publicação, ele informou o CPF de Bolsonaro como chave Pix vinculada a uma conta do Banco do Brasil. Segundo o ex-ministro, os recursos serão usados para cobrir despesas com advogados, médicos e passagens. 

“Vocês não têm noção, minha gente, da nossa preocupação com as despesas do presidente Bolsonaro, que são centenas, de todas as naturezas, principalmente jurídicas, com passagens e também hospitalares”, afirmou. 

Machado ressaltou que o vídeo não havia sido gerado por inteligência artificial, mas sim era um apelo feito por ele mesmo. “Não é fake, como alguns do contra estão dizendo. [...] Não é Jair Messias Bolsonaro quem está pedindo. [...] O dinheiro não é para mim, muito menos para ele.” 

Na legenda do vídeo, que já acumula mais de 20 mil curtidas, acrescentou: “Em apenas um ano, foram gastos cerca de R$ 8 milhões.” 

Em outro momento do vídeo, comparou a campanha de arrecadação a supostos desvios cometidos por adversários políticos. “Nossa índole é pedir, jamais colocar a mão no que é dos outros, como a esquerda fez com os aposentados”, disse, em referência à investigação da Polícia Federal que apura o desvio de até R$ 6,5 bilhões em benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entre 2019 e 2024. 

Outros gastos 

Na quarta-feira (14/5), Bolsonaro revelou que parte dos R$ 17,2 milhões arrecadados via Pix em 2023, com apoio de seus simpatizantes, está sendo usada para custear a estadia do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. A campanha tinha como objetivo inicial arrecadar fundos para o pagamento de multas impostas ao ex-presidente, como as relacionadas à violação de regras sanitárias durante a pandemia de COVID-19. 

Eduardo está afastado de seu mandato desde março e permanece nos Estados Unidos. Em vídeo publicado nas redes sociais, alegou que a decisão de continuar fora do Brasil se deve ao que considera uma perseguição política contra ele e seu pai. 

“Sou eu quem está bancando as despesas dele agora. Se não fossem as doações via Pix, eu não teria como arcar com esses custos. Ele está sem salário, mas cumprindo um papel importante de interlocução com autoridades internacionais. O objetivo é preservar nossa democracia; não buscamos um Judiciário parcial. Ele optou por ficar lá. Conversamos quase todos os dias, mas são conversas reservadas. Gostaria que ele disputasse o Senado em 2026, mas tudo depende dos rumos que o país vai tomar. Ainda não sei se ele vai voltar da licença — estamos apenas na metade dos 120 dias. Não quero esse distanciamento familiar”, afirmou Bolsonaro. 

O ex-presidente é alvo de diversas ações judiciais, incluindo uma no Supremo Tribunal Federal (STF), em que responde como réu por tentativa de golpe de Estado. 

EM, com foto: Alan Santos/PR

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