03/07/2025
Menino de 12 anos morre após se sufocar intencionalmente no “desafio do apagão”, no TikTok
CASTLEFORD, INGLATERRA - Um menino de 12 anos morreu após
participar do "desafio do apagão", popularizado no TikTok. A prática
consiste em se sufocar intencionalmente para sentir euforia ou desmaiar, o que
pode levar a lesões graves ou até à morte. O caso aconteceu em Castleford, na
Inglaterra, na sexta-feira (27/6). A informação foi divulgada por familiares, em uma campanha
no site GoFundMe — para arrecadação de fundos para as despesas do funeral e de
apoio psicológico. A polícia de West Yorkshire informou, em comunicado ao
jornal local Yorkshire Live, que foi acionada às 18h06 para atender um chamado
de emergência envolvendo uma criança em risco. Os agentes encontraram o menino
desacordado e o levaram ao hospital, onde a morte acabou confirmada. O legista
da cidade está investigando as circunstâncias exatas do ocorrido, que, segundo
as autoridades, não está sendo tratado como suspeito. Na descrição da campanha — iniciada por Agnieska
Czerniejewska logo após o incidente —, a vítima, identificada apenas como
Sebastian, é descrita como um menino sorridente, gentil, cheio de alegria,
sonhos e com um talento incrível. "Sebastian perdeu a vida por causa de um
desafio on-line. Ele teve pais amorosos que fizeram tudo o que podiam para lhe
proporcionar uma infância segura e feliz. Eles teriam lhe dados as estrelas. O
que aconteceu é uma tragédia indescritível", disse. A publicação também fez um apelo para que outros pais fiquem
atentos ao que os filhos acessam na internet. "Pergunte o que eles
assistem, com quem conversam, o que os inspira. Esteja presente. O mundo
on-line poder ser tão perigoso quanto o mundo real — às vezes, até mais",
escreveu. Até o momento, o site já registrou 375 doações, arrecadando
mais de 7.344 euros (cerca de R$ 47,2 mil). Vítimas O caso do garoto não é isolado. Em 2022, o jornal britânico
The Independent reportou que, pelo menos, 20 mortes em 18 meses estavam
associadas ao "desafio do apagão", sendo 15 delas de crianças com 12
anos ou menos. Neste ano, os pais de quatro adolescentes britânicos — Isaac
Kenevan, de 13 anos, Archie Battersbee, 12, Julian Sewweney, 14 e Maia Walsh,
de 13 — entraram com uma ação judicial contra o TikTok nos Estados Unidos,
responsabilizando a plataforma pelas mortes dos filhos, todas ligada ao mesmo
desafio. Segundo o processo, o algoritmo da rede social teria
"direcionado propositalmente conteúdo perigoso a essas crianças para
aumentar seu tempo de uso e gerar receita". O caso foi levado ao Centro de
Advocacia para Vítimas de Mídias Sociais, que representa as famílias. Em resposta, o TikTok declarou que bloqueia buscar por
vídeos e hashtags relacionadas ao "desafio do apagão" desde 2020. A
plataforma afirmou ainda que suas diretrizes proíbem desafios perigosos, sendo
removidos com rapidez, além de redirecionar para a página informações de
segurança, os usuários que tentarem acessá-los.
EM, com foto: Reprodução/GoFundMe
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