21/08/2025
Preço dos alimentos que compõem a cesta básica cai em 15 das 27 capitais no mês de julho
BRASÍLIA, DF - O preço do conjunto dos alimentos básicos
diminuiu, em julho, em 15 capitais e aumentou em 12, de acordo com a Pesquisa
Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada nesta quarta-feira (20) pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e
pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Essa é a primeira vez que a
pesquisa engloba todas as 26 capitais e o Distrito Federal. Até então, o
levantamento era feito apenas em 17 capitais. As quedas mais importantes no preço da cesta básica
ocorreram em Florianópolis (2,6%), Curitiba (2,4%), Rio de Janeiro (2,3%) e
Campo Grande (2,1%). Já as maiores altas ocorreram no Nordeste: Recife (2,8%),
Maceió (2%), Aracaju (2%), João Pessoa (1,8%), Salvador (1,8%), Natal (1,4%) e
São Luís (1,4%). São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos
básicos apresentou o maior preço (R$ 865,90), seguida por Florianópolis (R$
844,89), Porto Alegre (R$ 830,41), Rio de Janeiro (R$ 823,59) e Cuiabá (R$
813,48). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da
cesta é diferente, foram registrados os menores valores do conjunto de
alimentos básicos: Aracaju (R$ 568,52), Maceió (R$ 621,74), Salvador (R$
635,08) e Porto Velho (R$ 636,69). A comparação dos valores da cesta de julho de 2024 com julho
de 2025, mostrou que, nas 17 capitais onde a pesquisa era realizada nesse
período, houve alta de preço em todas, com variações entre 2%, em Belém, e
19,5%, em Recife. No acumulado do ano até julho, nas 17 capitais pesquisadas
também foi registrado aumento em todas, com taxas que oscilaram entre 0,3%, em
Goiânia, e 11,4%, em Recife. Com base na cesta mais cara que, em julho, foi a de São
Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional de que o salário
mínimo deveria ser suficiente para suprir as despesas de uma família de quatro
pessoas, com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene,
transporte, lazer e previdência, o Dieese estimou que o valor do salário mínimo
necessário, no sétimo mês do ano, deveria ter sido R$ 7.274,43 ou 4,79 vezes o
mínimo atual, de R$ 1.518. De acordo com a pesquisa, quando é comparado o custo da
cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à
Previdência Social, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em
média, nas 27 capitais pesquisadas em julho, 50,9% do rendimento para adquirir
os produtos alimentícios básicos e, em junho, 51,1% da renda líquida. Produtos O preço do quilo do arroz caiu em julho em comparação a
junho em quase todas as capitais pesquisadas, exceto no Recife (alta de 0,65%).
Destacam-se as variações registradas em Porto Velho, queda de 7,1%; Palmas,
menos 5,2%; e Florianópolis, menos 5%. O preço do feijão diminuiu em 24 capitais em julho, em
comparação a junho. O grão preto, pesquisado nos municípios do Sul, Rio de
Janeiro e Vitória, apresentou queda nas cinco capitais, as mais expressivas
verificadas em Vitória (-6,9%) e Florianópolis (-5,2%). Para o grão carioca,
coletado nas demais capitais, foram observadas altas apenas em três
localidades: Porto Velho (0,6%), Maceió (0,4%) e São Luís (0,3%). Já as
diminuições variaram entre -4,3%, em Fortaleza, e -0,2%, em Aracaju. O valor do quilo do café em pó caiu em 21 das 27 cidades
pesquisadas em julho de 2025, em comparação ao mês anterior. As quedas mais
significativas foram registradas em Belo Horizonte (-8,1%) e Teresina (-3,9%).
Só seis capitais apresentaram aumento no valor, com destaque para Macapá (7%),
Cuiabá (1,3%) e Boa Vista (1,1%). “Apesar dos enxutos estoques nacionais e mundiais, o avanço
da colheita e o consequente aumento da disponibilidade de café no Brasil têm
pressionado as cotações para baixo. E os preços domésticos acompanharam as
oscilações da commodity nas Bolsas de Nova York e Londres, diante da tarifação
de 50% nas importações norte-americanas, o que gerou especulações quanto ao
possível escoamento da safra brasileira”, destacou o Dieese, em nota. O preço da carne bovina de primeira teve comportamento
variado nas 27 cidades analisadas: houve aumento em 11 capitais, com destaque
para Boa Vista (2%) e Salvador (1,8%). Foram registradas quedas em outras 16
capitais, a mais importante em Belém (- 2,9%). “Ao longo de 2025, a demanda externa por carne bovina tem
sido intensa. O abate de animais foi mais lento e os preços da carne caíram no
Brasil, após o anúncio de 50% de tarifa para as exportações brasileiras para os
Estados Unidos”, informou o Dieese.
Bruno Bocchini/Fernando Fraga – Agência Brasil, com foto: Reprodução/EBC
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