22/08/2025
Empresário diz que decepcionou os amigos, a esposa e o filho e jogou a vida fora ao assassinar gari
BELO HORIZONTE, MG - O empresário Renê da Silva Nogueira
Junior, de 47 anos, afirmou estar arrependido de ter matado o gari Laudemir de
Souza Fernandes, de 44, durante uma briga de trânsito no dia 11 de agosto. A
afirmação foi feita durante interrogatório na sede do Departamento Estadual de
Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no Bairro Lagoinha,
Região Noroeste de Belo Horizonte. Segundo o registro da oitiva, Renê disse que jogou sua vida
e a da vítima fora ao cometer o crime. Ele diz, ainda, que seu ato atrapalhou a
vida da esposa, a delegada da Polícia Civil de Minas Gerais Ana Paula Balbino
Nogueira, do filho e da família de Laudemir. Natural de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, o empresário
ainda ressaltou que Minas Gerais o acolheu muito bem e que teria decepcionado
os amigos que fez no estado. Confissão Renê Júnior confessou ter matado Laudemir Fernandes durante
uma briga de trânsito. Em interrogatório na sede do DHPP, ele afirmou que não
havia tomado remédios de bipolaridade, andava armado por ter medo do caminho e
não prestou socorro porque não imaginou ter acertado alguém com o tiro. A confissão ocorreu um dia depois da divulgação de imagens
de câmeras de segurança, que constam em relatório acessado pela reportagem do
Estado de Minas e mostram o investigado guardando a arma usada no crime. Agora,
com a confissão, Renê pode ter a pena reduzida, caso seja condenado pelo crime. O assassinato foi cometido com uma arma particular da esposa
do investigado, a delegada da Polícia Civil de Minas Gerais Ana Paula Balbino
Nogueira. Aos policiais, ele alegou que a companheira o proibia de pegar as
armas, e que esta teria sido a primeira vez que usou uma delas. Tiago Lenoir, advogado que representa a família de Laudemir,
declarou ao Estado de Minas que, em nenhum momento, houve tentativa de contato
por parte de Renê, de seus advogados ou de sua esposa para reparar,
minimamente, os danos causados pela morte do gari. "Que arrependimento é
este?", questiona. Qual é a versão de Renê? No depoimento, Renê admitiu que saiu do local do crime
imaginando que seria penalizado apenas por porte ilegal de arma, pois não
imaginou que o tiro que efetuou havia acertado alguém, uma vez que viu todos os
coletores correndo depois de atirar. Em sua versão dos fatos, ele tentava
passar em uma via onde estava o caminhão de lixo, mas não conseguiu atravessar
por ter o carro largo. Segundo o empresário, ele pegou a arma por estar “receoso”
de ir trabalhar por uma rota desconhecida e, somado a isso, tinha esquecido de
tomar a medicação para bipolaridade. Ele, porém, não soube especificar o nome
do remédio, apenas afirmando que serve para estabilização do humor. Em suas
palavras, servia para “equilibrar a cabeça”.
EM, com foto: Reprodução
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