31/08/2025
Assembleia da Paraíba discute energias renováveis durante audiência pública em Cuité
CUITÉ, PB - A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB)
realizou, nesta quinta-feira (28), audiência pública no município de Cuité com
o objetivo de discutir o processo de implantação de energias renováveis no
estado. O debate foi proposto pela deputada Cida Ramos, no âmbito da Frente
Parlamentar da Agricultura Familiar, Agroecologia e Energias Renováveis. A deputada ressaltou a importância de descentralizar a
discussão sobre o tema, ouvindo a população de diferentes municípios e regiões
da Paraíba. Cida lembrou que debates sobre o tema já aconteceram em João Pessoa
e em Teixeira, no Sertão paraibano, e avaliou como fundamental ouvir da
população suas demandas e problemas relacionados aos parques eólicos para que,
desta forma, o parlamento possa apresentar soluções, melhorias e elaborar uma
legislação eficiente sobre o tema, que agregue benefícios aos moradores dos
municípios, assim como, ao meio ambiente. “Nós estamos aqui com vários especialistas, com o Ministério
Público, representantes da Igreja, com as pessoas que tem experiências e que
vão trazer seus relatos. Aqui, é pra discutirmos e a Assembleia Legislativa
cumpre o papel de estar ao lado da população, mandato de deputado é para fazer
a defesa do povo paraibano”, declarou Cida. Com base nos depoimentos colhidos durante a audiência, a
deputada Cida observou que a implantação das torres eólicas, em alguns casos,
tem causado, não só danos ambientais, mas também transtornos psicológicos, físicos
e financeiros à população. “O pó que sai daquela hélice fica na plantação, fica
nas casas. Crianças tendo que andarem calçadas devido ao risco de choque
elétrico, o barulho tem gerado vários problemas de saúde. Tem agricultor que
assina o contrato e não tem direito a ficar com uma cópia, não sabe nem o que
assinou, com isso, está perdendo a sua condição de agricultor familiar, porque
ele vira arrendatário e quando busca se aposentar, não consegue. É uma situação
muito difícil, muito crítica”, revelou a deputada. A parlamentar pontuou que se coloca como favorável às
energias renováveis, como a eólica e a solar, entretanto, não da forma como vem
acontecendo. “Sem regulação, ao invés de proteger o meio ambiente, a caatinga,
de dar qualidade de vida às pessoas, está deixando um rastro de destruição,
tanto no meio ambiente, como na vida dos agricultores, das famílias”, concluiu
Cida Ramos. O vereador Igor Lins destacou a relevância do tema e a
necessidade da participação popular no debate. Para ele, é fundamental que a
sociedade esteja informada sobre as transformações que esse tipo de
empreendimento pode causar. “Esse tema chega à nossa cidade num momento em que
o avanço das energias renováveis é uma realidade em detrimento das energias
fósseis, como o petróleo e o carvão. As energias renováveis causam impactos
significativos e é preciso que todos participem para decidir se aceitam ou não
esse tipo de transformação no seu território”, afirmou. Durante seu depoimento, a agricultora Maria de Fátima
denunciou que outros agricultores, juntamente com suas respectivas famílias,
teriam sido obrigados a deixar sua casa para que na área próxima fosse
instalada uma torre de energia eólica. A estudante Fernanda Costa parabenizou a ALPB por, através
do debate, aproximar o aprendizado acadêmico da realidade vivida pelas famílias
do campo e denunciou que a expansão dos parques eólicos tem provocado danos
irreparáveis para algumas famílias. “Pessoas que vive da agricultura ou que têm
familiares agricultores muitas vezes são retiradas de suas terras, o que gera
êxodo rural. Por isso, acho essencial estudar esse tema em sala e participar
dessa audiência, que amplia nosso entendimento sobre sustentabilidade e sobre
as consequências diretas que podem atingir a vida da população”, disse. 
É LEI! Empresas de energias renováveis terão de compensar
danos ao meio ambiente Em 23 de fevereiro de 2024, a ALPB promulgou a Lei
13.080/2024, que estabelece diretrizes para a compensação ambiental de
empreendimentos de significativo impacto ambiental no âmbito do Estado da
Paraíba. O texto da Lei foi proposto pelos deputados Adriano Galdino e
Alexandre de Zezé. A matéria visa promover a justiça socioambiental no Estado
da Paraíba, através de regras a serem observadas por empreendimentos de energia
renovável e outros de significativo impacto ambiental, tendo por base o Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA),
buscando garantir a preservação e a recuperação dos recursos naturais afetados. A matéria especifica que os recursos financeiros oriundos da
compensação ambiental deverão ser aplicados, na proporção de, no mínimo, 70%,
nas Unidades de Conservação localizadas na área de intervenção do
empreendimento e/ou em medidas mitigatórias de impacto causados nos meios
físico, biótico e socioeconômico, de forma proporcional ao dano ambiental. A população paraibana pode acompanhar todas as matérias
apresentadas na ALPB, assim como, sessões ordinárias, visitas técnicas,
reuniões de comissões, solenidades e debates através da TV Assembleia, pelo
canal 8.2, e também pelo canal TV Assembleia PB no Youtube.
Assessoria/ALPB, com fotos: Divulgação
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