31/08/2025
Alexandre de Moraes manda vistoriar carros e monitorar a área externa da casa de Bolsonaro
BRASÍLIA, DF - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (30) o reforço nas medidas de
monitoramento permanente da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre
prisão domiciliar em um condomínio no bairro Jardim Botânico, área nobre de
Brasília. A decisão ocorre após o procurador-geral da República, Paulo
Gonet, ter enviado ao STF parecer contrário ao pedido da Polícia Federal (PF)
para que agentes da corporação permanecessem no interior da casa de Bolsonaro
24 horas por dia. Apesar disso, o procurador se manifestou favorável ao reforço
da segurança nas proximidades da residência e na entrada do condomínio, o que
foi acatado pelo ministro. Em sua decisão, Moraes mandou a Polícia Penal do DF realizar
monitoramento presencial na área externa da residência e das divisas com os
demais imóveis, onde poderia haver exposição ao risco de fuga. Além do monitoramento externo, o ministro do STF autorizou a
realização de vistorias nos "habitáculos e porta-malas de todos os
veículos que saírem da residência do réu". Essas vistorias, segundo a
decisão, deverão ser documentadas, com a indicação dos veículos, motoristas e
passageiros, e envio dessas informações ao STF diariamente. Julgamento Na próxima terça-feira (2), Bolsonaro e mais sete aliados,
que são réus do núcleo 1 da trama golpista, serão julgados pela Primeira Turma
da Corte. O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde o início de
agosto, com uso de tornozeleira eletrônica. A medida foi determinada após
Alexandre de Moraes entender que o ex-presidente violou as medidas cautelares
que proibiam postagens nas redes sociais de terceiros. Na semana passada, em outra investigação, a PF descobriu que
Bolsonaro tinha um documento de asilo político para ser apresentado ao
presidente da Argentina, Javier Milei. Segundo a PF, o documento estava salvo
no aparelho desde 2024. De acordo com a defesa, o documento era apenas um
"rascunho", e a solicitação de asilo não ocorreu. Os advogados
negaram ainda a tentativa de fuga do país.
Pedro Rafael Vilela/Graça Adjuto – Agência Brasil, com foto: Nelson Jr/SCO-STF
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