09/11/2025

Polícias Militar e Civil arrombam cobertura de luxo e prendem “Ladrão do Ozempic”



BELO HORIZONTE, MG - O estilo de vida de luxo mantido com furtos de medicamentos caros, como o Ozempic, desmoronou: a polícia arrombou a porta de uma cobertura de luxo no Bairro Funcionários, em Belo Horizonte (BH), para prender o suspeito. O homem, conhecido como "Ladrão do Ozempic", era alvo de uma operação por furtos em série da caneta de aplicação usada para controle de diabetes e emagrecimento. 

A ação das polícias Civil (PCMG) e Militar (PMMG) de Minas Gerais foi filmada e ocorreu no interior de edifício de luxo no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de BH, nessa sexta-feira (7/11). 

Logo na primeira cena, um policial civil ordena que a porta seja aberta. "Polícia. Abra a porta", exclama o agente que bate com a mão na entrada e toca a campainha ao mesmo tempo. 

Como não é respondido, o policial ergue um aríete tático (uma peça maciça cilíndrica, pesada e resistente com alças usada para arrombamentos). Com três golpes nas áreas das trancas a porta se parte e cede. 

Empunhando suas pistolas, pelo menos dois policiais militares, três policiais civis e um policial de terno e óculos escuros invadem o apartamento. 

A filmagem segue os policiais enquanto passam por uma ampla sala de TV e sobem por escadaria para um segundo andar, também muito amplo. 

A filmagem neste ponto é cortada. Em seguida, quando retorna, mostra um homem sem camisa, que é o suspeito, Jonathan Weslley Batista Barbosa, e uma mulher, ambos sentados em um sofá, lado a lado, em uma área externa aberta com uma banheira de hidromassagem em deque elevado. 

O policial de terno conduz o suspeito para fora do sofá e o faz deitar no chão, chegando a pisar nas suas costas, depois ordenando-lhe que colocasse as mãos para trás das costas. "O senhor está preso. Temos um mandado de prisão para o senhor", dizem enquanto o algemam. 

Em nota, a Polícia Civil informou que "cumpriu, nessa sexta-feira (7/11), no bairro Savassi, na capital, o mandado de prisão preventiva expedido pela Comarca de Belo Horizonte. Após os procedimentos, o homem, de 37 anos, foi encaminhado ao sistema prisional, onde ficou à disposição da Justiça". 

Como vivia o suspeito de ser o "ladrão do ozempic"? 

A prisão do suspeito de furtos em série de medicamentos caros, como Ozempic e Mounjaro, em Belo Horizonte, revelou um estilo de vida luxuoso mantido pelos crimes. 

Ele é acusado de aplicar o mesmo golpe em diversas farmácias nos bairros Serra, Sion, Mangabeiras, Santa Lúcia e Santa Efigênia, causando prejuízos que, em alguns casos, chegavam a R$ 1,3 mil a R$ 3,7 mil por item. 

Os medicamentos-alvo eram canetas de aplicação usadas para emagrecimento e controle de diabetes, todas elas de custo elevado. 

De acordo com imagens de câmeras e informações da polícia, o suspeito entrava nas lojas, pedia para ver o produto, escondia a caneta dentro da roupa – por vezes nas partes íntimas, como flagrado por câmeras no dia 28 de outubro – e simulava que iria buscar a receita médica em seu carro, uma Mercedes-Benz C200 branca. No entanto, ele fugia do local sem pagar. 

O caso ganhou notoriedade após denúncias de proprietários de farmácias. Segundo a Polícia Militar, o homem possui um histórico extenso, com mais de 170 ocorrências policiais por crimes como roubo, furto, estelionato, ameaça e agressão. 

Ele estava em liberdade condicional e já tinha 11 prisões confirmadas anteriormente. As investigações também apuram golpes em postos de combustíveis, hotéis e o uso do veículo de luxo para ocultar bens, o que pode configurar lavagem de dinheiro. 

Tipificação Penal e Penas 

O suspeito, dadas as acusações e a forma como os crimes eram cometidos, pode incorrer principalmente nos crimes de Furto Qualificado e Lavagem de Dinheiro. 

O crime de Furto é tipificado no Art. 155 do Código Penal e pode ser qualificado (Art. 155, § 4º) devido à fraude (ao simular que buscaria a receita e esconder o produto), o que aumenta a pena base de reclusão para 2 a 8 anos, além de multa. Já o crime de Lavagem de Dinheiro (Lei n° 9.613/98, Art. 1º), que se configura ao ocultar ou dissimular a origem ilícita dos bens (como o uso do carro de luxo para manter o alto padrão de vida oriundo dos furtos), prevê uma pena de reclusão de 3 a 10 anos, e multa. 

O histórico criminal do suspeito, com mais de 170 ocorrências, é um fator agravante que, caso as condenações anteriores sejam confirmadas, pode elevar a pena no caso de reincidência, podendo alterar o regime inicial de cumprimento da pena. 

O caso do 'ladrão do Ozempic' 

- Alvo: canetas de emagrecimento (Ozempic e Mounjaro)

- Locais: farmácias nos bairros Serra, Sion e Santa Efigênia

- Modus operandi: simulava compra e escondia o produto na roupa

- Fuga: usava uma Mercedes C200 branca

- Prisão: em uma cobertura de luxo no Bairro Funcionários

- Suspeito: Jonathan Weslley Batista Barbosa

- Histórico: mais de 170 ocorrências (furto, roubo, estelionato)

- Acusação: furto qualificado e lavagem de dinheiro 

EM, com fotos: Reprodução/Redes Sociais

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