24/11/2025

Pix ganha novo sistema para combater fraudes e golpes e devolver o dinheiro às vítimas; veja como



BRASÍLIA, DF – Já está em vigor um novo sistema do Pix para combater fraudes e golpes e devolver o dinheiro das vítimas. Segundo o Banco Central, o MED 2.0 (Mecanismo Especial de Devolução) entra em vigor de forma facultativa, e passará a ser obrigatório em fevereiro de 2026. 

A medida vai rastrear o caminho dos recursos por várias contas e compartilhar as informações com as instituições financeiras envolvidas. 

Isso permitirá bloquear valores em contas de destinos diferentes e a devolução de recursos em até 11 dias após a contestação. 

Como é hoje 

Atualmente, a notificação de fraude feita pelo cliente no aplicativo do banco possibilita o bloqueio de valores apenas na primeira conta recebedora do recurso. 

O problema é que os fraudadores, normalmente, conseguem retirar rapidamente os recursos dessa conta e transferi-los para outras. 

Assim, quando o cliente faz a reclamação é comum que essa conta já não tenha fundos para viabilizar a devolução. 

Com a nova funcionalidade, o rastreamento será realizado em várias contas. 

“Agora, o fraudador não vai ter muito para onde mandar o dinheiro. A gente vai conseguir rastrear isso de maneira muito melhor”, afirmou o diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução do BC, Renato Dias de Brito Gomes, em live. “Isso vai permitir que a gente rastreie o dinheiro nas camadas. Hoje, a gente só rastreia o dinheiro na primeira conta recebedora.” 

O MED é um sistema de segurança para a devolução de recursos para a vítima de fraudes, golpes ou coerção. Criado em 2021, será ampliado com a nova versão 2.0. 

Bloqueio e devolução 

Para aumentar as chances de bloqueio e devolução, o cliente deve acionar o banco imediatamente após perceber fraude, golpe ou duplicidade de transação. 

Desde 1º de outubro, a contestação de transações fraudulentas é feita diretamente no aplicativo dos bancos. 

O chamado botão de contestação pode ser acionado, sem precisar falar com atendentes. Após análise dos bancos que deve ser feita em até 7 dias, o dinheiro poderá ser devolvido em até 11 dias. 

Como funciona 

- Quando o cliente é vítima de fraude ou golpe, ele pode acionar o botão de contestação no próprio aplicativo do banco para informar a transação suspeita

- A informação é repassada para o banco do golpista, que deverá bloquear os recursos da conta dele

- Depois do bloqueio, ambos os bancos têm até sete dias para analisar a contestação

- Caso concordem que se trata de um golpe, a devolução é efetuada diretamente para a conta da vítima

- O prazo para essa devolução é de até 11 dias

- O botão não se aplica a casos de desacordos comerciais, arrependimento e erros no envio do Pix (como digitação errada de chave) 

Segundo o Banco Central, documentos só poderão ser exigidos após a abertura do MED (Mecanismo Especial de Devolução). Será possível anexar boletim de ocorrência, prints e outras provas para apoiar a análise do seu caso.

Devolução 

O Pix acumula mais de R$ 1,5 bilhão em devoluções de valores por fraudes, golpes, erros ou coerção nos últimos quatro anos. 

Segundo o Banco Central, só neste ano, o valor devolvido nos primeiros sete meses já atinge R$ 377,4 milhões, sem considerar as eventuais devoluções parciais. No ano passado inteiro, foram restituídos R$ 561,5 milhões. 

R7/Conta em Dia, por Ana Vinhas, com foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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