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03/12/2025
Menino de 10 anos perde a visão de um olho após sofrer bullying na escola; mãe já havia pedido socorro à direção
ILHA DO GOVERNADOR, RJ - Uma mãe denuncia que o filho de 10
anos perdeu a visão do olho direito após sofrer agressões dentro da Escola
Municipal Leonel Azevedo, na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio de
Janeiro. O caso é investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima
(Dcav). Segundo a mãe, Lidia Loiola Cardoso, o menino começou a ser
vítima de bullying em 2023 — em agressões anteriores, fraturou o pé e deslocou
o nariz. Lidia relata que procurou a direção da escola para pedir
ajuda. “Eu fui até a direção, passei as informações, pedi ajuda, auxílio, e não
houve uma resposta”, afirmou. A mãe diz que o filho, que tem uma diferença nos olhos
devido a uma deficiência, era alvo de provocações de colegas. Ela afirma que o comportamento da criança mudou ao longo do
último ano. “Meu filho estuda aqui há 5 anos. Do ano passado para cá, começou a
não querer mais vir para a escola, de não querer mais estar em sala de aula”,
disse. Ela conta que procurou a direção em diversas ocasiões. “Eu
me preocupava e vinha para a direção conversar, para a gente poder tentar
entender. Nunca tivemos resposta.” Agressões físicas A mãe afirma que, no ano passado, as agressões passaram a
ser físicas. Segundo ela, foram pelo menos 4 brigas dentro da escola. Em um
desses episódios, a filha também foi agredida ao tentar defender o irmão. De acordo com o relato, a situação mais grave ocorreu em 18
de novembro, durante uma aula de educação física: o menino levou chutes e ao
menos um soco no olho. Ele foi levado inicialmente ao Hospital Municipal Evandro
Freire, na Ilha do Governador — o mesmo onde havia sido atendido em episódios
anteriores. Pela gravidade do ferimento, foi transferido para o Hospital
Souza Aguiar, onde recebeu o diagnóstico de perda irreversível da visão do olho
direito. “É uma sensação de impunidade, de algo que aconteceu com o
meu filho, mas pode acontecer com qualquer um. Algo que prejudicou até mesmo o
futuro dele. E eu tenho tentado combater esses sentimentos dentro de mim”,
disse a mãe. A mãe afirma que as agressões foram cometidas por alunos
mais velhos. Segundo ela, os filhos agora têm medo de voltar para a escola. O que dizem as autoridades A Secretaria Municipal de Educação (SME) afirmou, em nota,
que o aluno recebeu atendimento imediato e foi encaminhado ao hospital mais
próximo, sendo transferido para o Souza Aguiar. A pasta disse que a escola acolheu o estudante e a
responsável desde o início e que foi instaurada sindicância para apurar o
histórico do caso. O aluno apontado como autor da agressão foi transferido para
outra unidade. A SME informou ainda que desenvolve ações permanentes de
prevenção à violência e ao bullying por meio do Núcleo Interdisciplinar de
Apoio às Escolas (NIAE), que atua com psicólogos, assistentes sociais e
pedagogos. A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela
Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav).
g1, com foto: Reprodução/TV Globo
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