17/12/2025

Advogado de Bolsonaro é condenado à prisão por chamar atendente de “macaca”



BRASÍLIA, DF - O advogado Frederick Wassef foi condenado pela 3ª Vara Criminal de Brasília, nesta quarta-feira (17/12), a 1 ano e 9 meses de prisão, em regime aberto, por injúria racial. A condenação se refere a denúncia de uma funcionária de uma pizzaria, no Setor de Clubes Sul, que foi chamada pelo advogado da família Bolsonaro de “macaca” após ele reclamar que a comida "não estava boa". O caso ocorreu em novembro de 2020. 

O juiz também determinou ainda o pagamento de R$ 6 mil, corrigido desde a sentença, com juros desde 2020, relativos ao dano moral para a vítima. A informação é do jornal Correio Braziliense. 

"Sem dúvida, algumas expressões carregam em si um significado ofensivo inequívoco. A expressão 'macaca' — tão bem retratada na prova oral — carrega intenso desprezo e escárnio. A palavra proferida é suficiente para retratar a intenção lesiva do réu", disse o juiz Omar Dantas Lima. 

No processo, Wassef negou todas as ofensas repetidas vezes e ainda pode recorrer da decisão. O juiz, no entanto, ressaltou que a palavra da vítima tem valor para embasar a condenação, além de testemunhas que corroboram o caso. Ele destacou, que “algumas expressões carregam em si um significado ofensivo inequívoco”. 

A vítima, identificada como Danielle da Cruz de Oliveira, à época com 18 anos, disse à Polícia Civil do Distrito Federal que foi chamada de "macaca" após Wassef reclamar da pizza. Segundo ela, o advogado disse: "Você é uma macaca! Você come o que te derem." 

A funcionária do estabelecimento também relatou que o advogado frequentava o estabelecimento regularmente, e era conhecido por agir de forma “arrogante” e por ofender os trabalhadores. A Polícia Civil concluiu que Wassef praticou os crimes de injúria racial e racismo. O Ministério Público do Distrito Federal concordou e denunciou o advogado à Justiça. 

Procurado pelo Correio em outras ocasiões, Frederick Wassef disse que a denunciante não é negra e que foi contratada para inventar a história, junto às outras testemunhas. “Eu que fui a verdadeira vítima”, afirmou. 

Correio Braziliense, com foto: Pedro França/Agência Senado

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