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19/12/2025
Deltan Dallagnol paga indenização de R$ 146 mil a Lula referente a condenação por danos morais na Lava Jato
BRASÍLIA, DF - O ex-procurador da Operação Lava Jato Deltan
Dallagnol realizou o pagamento de R$ 146 mil em indenização ao presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, obedecendo à condenação por danos morais pela
apresentação de um PowerPoint que apresentava o então ex-presidente como centro
da suposta organização criminosa investigada pela força-tarefa. O comprovante de depósito foi entregue no dia 3 deste mês ao
Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), onde tramita a execução da condenação.
O valor foi arrecadado por meio de doações de apoiadores. Em 2016, Dallagnol fez uma apresentação com o software para
acusar Lula, que era investigado pela operação, de chefiar uma organização
criminosa. O slide da apresentação, com círculos azuis e nomes que indicavam
Lula como o centro do suposto esquema, foi amplamente reproduzido pela imprensa
e em redes sociais. Posteriormente, os processos foram anulados após o STF
considerar o ex-juiz Sérgio Moro parcial na condução da investigação. Na ocasião, Cristiano Zanin, atual ministro do STF e
ex-advogado de Lula, questionou a conduta funcional de Deltan. Segundo ele, o
ex-procurador e outros integrantes da Lava Jato usaram a apresentação para
acusar o ex-presidente de atuar como "comandante e maestro de uma
organização criminosa". Em março de 2022, o Superior Tribunal de Justiça (STJ)
condenou Deltan Dallagnol ao pagamento de R$ 75 mil em danos morais a Lula.
Desde então, o valor é corrigido por juros, chegando aos 146 mil. Em julho deste ano, após a Justiça de São Paulo determinar o
pagamento da indenização, Deltan disse que “fez a coisa certa” e que “não se
arrepende”. Cassação Deltan chegou a se eleger deputado federal em 2022, mas teve
seu mandato cassado após uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em
maio de 2023. Por unanimidade, o tribunal entendeu que Deltan Dallagnol
pediu exoneração do cargo de procurador da República enquanto tramitavam
processos administrativos que poderiam torna-lo inelegível, se fosse condenado.
Vinicius Lisboa – Agência Brasil, com foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
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