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26/12/2025
Tentativa de fuga de Silvinei Vasques foi grande trapalhada e também subestimou inteligência da Polícia Federal e da Justiça
BRASÍLIA, DF - A tentativa frustrada e atrapalhada de fuga
do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal – PRF durante o governo do ex-presidente
Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques, foi um verdadeiro roteiro de filme de quinta
categoria. Desde os primeiros passos, na noite de Natal, até o momento em que foi
preso no Paraguai, ao tentar embarcar para El Salvador com passaporte de outra
pessoa, todo o ocorrido foi uma comprovação de que o fugitivo esnobou e
subestimou a inteligência da Polícia Federal e da Justiça brasileira. Primeiro, preparou o carro da fuga colocando malas, ração e
tapetes para cachorro – e até um pitbull – imaginando que não haveria câmeras
de segurança que flagrassem os seus atos, digamos, incomuns para quem está sob custódia
da Polícia Federal. Depois, usou um passaporte de uma pessoa natural do
Paraguai, para embarcar em um aeroporto em território paraguaio, mas sem falar espanhol
ou guarani, as duas línguas locais. Sabendo que se abrisse a boca seria descoberto, Silvinei foi
além em sua fértil imaginação e criou uma carta na qual declarava estar
impedido de falar devido a uma doença terminal, um câncer. E para comprovar a
suposta doença, criou curativos falsos no pescoço, imaginado que, ao
desconfiar, ninguém iria tentar verificar a veracidade dos curativos. E mais: a carta afirmava que ele estaria embarcando para El
Salvador em busca de tratamento para a doença, sem se dar conta de que a
medicina no Brasil é bem mais avançada que a de El Salvador e que o Brasil faz
fronteira com o Paraguai, mas El Salvador fica a mais de 5 mil km de distância.
Cômico, se não fosse extremamente hilário! A atitude de Silvinei só reforça o modo como ele e seus companheiros
trataram a trama golpista, subestimando a tudo e a inteligência de todos.
Combina com o fato de que os condenados pela tentativa de golpe de estado
criaram provas contra si, guardando documentos em casa, em seus escritórios e em
outros endereços pessoais, ou filmando reuniões, gravando vídeos, trocando
mensagens por WhatsApp e arquivando tudo para dar de bandeja à Polícia Federal
e à justiça. A democracia agradece tamanhas trapalhadas.
Do Portal Carlos Magno, com foto: Divulgação/Polícia do Paraguai
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